terça-feira, 11 de março de 2014

Futebol e a TPM masculina

Texto publicado por nós ano passado

Futebol e a TPM masculina


Uma das coisas que faz do futebol algo tão real e única é a certeza inabalável daquilo que sentimos durante um jogo, até o próximo gol. No dia 17/03/2013 o São Paulo recebeu o Atlético Mineiro com míseros 4 pontos em 5 jogos, enquanto seu adversário de Minas tinha 100% de aproveitamento até ali. Na cabeça do sãopaulino, o time simplesmente não era bom o suficiente para suas três cores e não tinha como dominar um time da qualidade do Galo - podia até ganhar, mas nunca subjulgaria o adversário. Já na atleticana, sua diretoria finalmente tinha montado o melhor time do mundo, daqueles que não importa o adversário ou local, sempre ganhará, pela simples impossibilidade da derrota.

Eis que o São Paulo venceu e convenceu, virou - para seu torcedor - um time aguerrido e com chances de honrar sua camisa enquanto o Atlético levantou dúvidas na cabeça de seus fiéis, que superficialmente foram jogadas para baixo do tapete na esperança de que sem seus desfalques aquilo jamais aconteceria. E numa ironia dos deuses da bola, as duas equipes se cruzaram novamente, 15 dias depois.


Não foram necessessários nem 10 minutos de jogo, algumas boas chances criadas, um gol em jogada coletiva e o domínio do jogo para o sãopaulino descobrir que na verdade era seu o melhor time do mundo, que estava escondido nas 200 bolas na trave daqueles 5 jogos anteriores, no pênalti estranhíssimo dado pelo juiz no Pacaembu (e outro não dado, cuja reclamação propiciou 4 jogos de suspensão para Luis Fabiano), no tempo de entrosamento e de craques como o Ganso pegarem ritmo, enquanto finalmente se revelava a falsa que era esse Atlético-MG e seu astro que não fazia nada quando bem marcado. Finalmente a verdade viera à tona e todo o sofrimento e fé (pra usar a palavra do momento) valeram a pena. O que ele, torcedor, já sabia, agora era público!

Eis que depois de algumas chances desperdiçadas - que apenas retardavam o inexorável 3x0 - Lúcio é expulso, deixa o time com 10 e o placar final esperado em 1x0. Alguns minutos depois, Ronaldinho mostra que tudo não passou de um sonho, que o Atlético que é o melhor time do mundo, com "espírito de Libertadores", daqueles que ganha dentro e fora e que pode passar por dificuldades colocadas por times fracos em momentos inspirados, mas que no final sempre se sai bem. Pro torcedor sãopaulino volta o time indigno e a sensação de fraqueza, de simplesmente não ser bom o suficiente praquilo.


Passado o jogo, vemos que ambos os times são muito bons, sim. Que o São Paulo está jogando muita bola e que o Atlético teve qualidade demais para explorar a situação que lhe surgiu. Vemos que Ganso não está acabado, que em dupla com Jadson pode render muito e que o São Paulo tem time pra ir longe nessa libertadores, o que talvez não aconteça. Já o atleticano percebe que pode ser que tenha o melhor time do mundo, mas que existem outros tão bons quanto, que é capaz de ser campeão, mas vai ser foda. Enfim, percebemos que todas as nossas certezas durante o jogo, apesar de estarem certas, no final estavam erradas. Mas qual seria a graça se não fosse assim?

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